Evento corporativo em Foz do Iguaçu e considerações para fotógrafos em viagens

quinta-feira, 19 de maio de 2011
Olá amigos fotógrafos e leitores ! Hoje esse post será especial, pois vai tratar de um assunto delicado envolvendo o fotógrafo, seu equipamento e a aduana. Vou contar a minha experiência e todas as informações que consegui reunir antes da minha viagem para evitar dor de cabeça.

Vou começar contando um pouco sobre o motivo da minha viagem: Fui contratado para fotografar o congresso anual de uma associação que envolve altos executivos. Esse congresso seria realizado em Foz do Iguaçu, e para quem não sabe, Foz fica na tríplice fronteira, que engloba Brasil, Argentina e Paraguai. Justamente por esse motivo, é o destino preferido das pessoas que querem aproveitar a viagem para fazer compras com preços convidativos. Então eu já sabia que a fiscalização na aduana seria total, e que o fato de eu estar com muitos equipamentos poderia me trazer dor de cabeça. Resolvi então começar uma extensa pesquisa sobre as novas normas de viagem, a extinção da Declaração de Bagagem e outros detalhes. Encontrei informações diversas e desencontradas, inclusive dos fiscais que pude conversar em outras situações.

Com toda essa confusão gerada e essa "desinformação", juntei todo o equipamento que precisava e fui para Foz. Na ida, não há problema. A volta é que é mais complicada, porque oo Aeroporto de Foz é diferente. A sala de checkin é interna, e logo após fazer o checkin você entra em uma fila do raio-X, mas não é o de segurança, e sim o da aduana. Claro que quando eu vi isso já sabia que seria parado. Chega a minha vez, coloco a mala com as roupas e em seguida a mala com os equipamentos. Mal ela entra no raio-X e a esteira é paralizada. Fica assim uns segundos e volta a funcionar. Vou do outro lado retirar a bagagem e junto comigo chega uma fiscal da aduana, que gentilmente ( verdade, ela foi gentil e não estou sendo irônico ) pede para que coloque a minha mala no balcão e abra. Pergunto se é a mala maior ou a menor, e ela pede a maior ( que é a de roupas ). Nessa hora ainda pensei que eles tinham assustado com meu pack de pilhas, que no fundo pode parecer munição de arma ( já fui parado duas vezes por isso em raio-x ) . Abri a mala ainda brincando e falando que já até sabia o que era, peguei as pilhas e mostrei. Ela olhou e continuou mexendo na mala, como que procurando algo. Aí a fiscal fala: "Acho que é a outra mala. O que tem nela ?". Sem demorar, sou honesto e respondo: "tem MEUS equipamentos de fotografia.". Coloquei a mala e abri: 2 câmeras, 3 lentes, 2 flashes, notebook... enfim, muito mais do que o normal. Ela olha tudo minuciosamente, agradece e diz que posso fechar a mala e seguir viagem. Ufa !! Respiro aliviado e volto para casa.

Opa... peraí..... e cadê as informações que foram prometidas no início do post ???? Verdade..... então vamos as dicas que usei e que com certeza ajudaram. Claro que elas não não garantias que você possa passar imune na fiscalização, mas podem ajudar.

1) Nunca minta para o fiscal. Se ele perguntar, responda o correto. Eles sabem identificar um item novo e diferenciar de um usado. Da mesma forma eles sabem ( ou tem como consultar ali mesmo ) quanto custa cada item. -E foi o que eu fiz quando questionado sobre o que tinha na minha mala

2) Se está viajando a trabalho, obviamente suas câmeras são usadas. Guarde os cartões com as fotos, e saiba aonde estão os riscos e detalhes de uso que podem ajudar a comprovar que o equipamento não é novo. - Eu tinha nos cartões fotos de eventos anteriores e daquele, por precaução

3)Parece besteira, mas pode ajudar sim: Se você trocar a alça da câmera por outra diferente da original, também ajuda na caracterização de item usado. - Minhas duas câmeras usam strap da Optech, todo preto.

4)Se tiver MTB de jornalista ou repórter fotográfico, esteja com ele em mãos. Isso porque a legislação diz que você pode transitar com os equipamentos destinados ao exercício da profissão, o que por si só já justificaria as câmeras. - eu deixei meu MTB bem à mostra, na lateral da mala.

5)Leve a apólice de seguro ( se tiver ). Apesar do seguro não valer no exterior ( em Foz vale porque ainda é Brasil ), pode ajudar a comprovar que os equipamentos já eram seu. - A minha via da apólice estava junto com o MTB

6)Nunca, nunca mesmo, leve caixas. Parece óbvio, mas não custa avisar. Se estiver com caixa, fica parecendo novo. - Até os meus flashes eu tirei do bag Canon e coloquei em um saquinho de tecido comum.

7)Aqui alguns detalhes que podem ( ou não... mas nessa hora tudo vale ) ter ajudado também. Apesar dos meus equipamentos estarem na mala, eu coloquei eles dentro do nowbomb. E na cinta do nowbomb tem escrito PRESS ( Imprensa ). Minhas lentes estavam sem a tampa frontal ( todas ), e com filtro ( o anel dos meus filtros estão bem riscados ). Minhas câmeras tem black tape em algumas partes, e o flash também ( acaba ficando um aspecto de equipamento "remendado". Eu coloco com outro objetivo, mas pode ter ajudado.

Então é isso.... é uma pequena parte da experiência que passei levando muitos equipamentos e passando pela aduana. Meu intuito é ajudar os amigos fotógrafos que precisam viajar e tem receio da volta. Se você está lendo isso e pensando em trazer "muamba", não é esse meu objetivo e desaconselho.

E você, tem alguma experiência ou dica para compartilhar ? Comente ! Escreva !

Valeu !!

Guto Marcondes - fotógrafo

(11) 9484-7337

twitter: @gutomarcondesbr


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Evento Corporativo Internacional - Buenos Aires

segunda-feira, 2 de maio de 2011
Olá caros leitores ! Estou de volta escrevendo, tentando manter uma regularidade nos posts e evitando um gap muito grande entre eles. Então hoje eu vou contar sobre um job que fiz mês passado para uma multinacional. Foi uma premiação, e os funcionários premiados ganharam uma viagem para a Argentina, com tudo pago. E eu fui junto, para fotografar ( claro...rs ). Para não ficar confuso, vamos desde o começo.....
Como a viagem era internacional, o vôo saia de Guarulhos. Meu embarque era 6 da manhã, mas aí tinha um problema: Ir de carro para GRU é roubada; acordar a esposa para levar de madrugada é loucura; sobra então o ônibus da Tam. Só que o primeiro ônibus da Tam chegaria muito em cima, e como sou precavido, preferi pegar um horário antes, que era o fretado "Airport Service" ( muito confortável, por sinal ). Então coloquei o despertador para 02:30h. Tocou, levantei, liguei para o tacxi, entrei no ônibus, desci em GRU. Essa parte eu contei desse jeito porque eu acordei meio zumbi, então fiz tudo no automático e a sensação que tive é que tudo durou apenas alguns minutos.
Quando cheguei no Aeroporto Internacional a primeira coisa que fiz foi parar no café. Eu sabia que chegando na Argentina seria tarde para o café do hotel e cedo para o almoço, e precisava aguentar. Tomei um espresso ( que adoro ) e comi uns salgados. Estava super cedo ainda, e então em uma idéia louca resolvi ir para o free-shop. Felizmente o free-shop da área de embarque é pequeno e tem pouca coisa, então gastei um pouco só em chocolate ( outra coisa que adoro ).Acabei encontrando com mais algumas pessoas da empresa e com o pessoal da equipe de vídeo. Não tinha que cobrir o embarque, então mantive a câmera guardada. Embarcamos na aeronave, portas em automático, e mais de 30 mil pés de altitude e 850 Km/h nos levaram a Buenos Aires.
A chegada foi bem tranquila. O piloto fez um pouso inacreditável.... e de tão suave que foi alguns passageiros bateram palma ( confesso que nunca tinha visto isso: o pouso muito suave e as palmas...rs ). Passei no free-shop que fica no caminho da esteira de bagagem, tentando evitar as tentações, e fui para a imigração. Aí é aquele praxe: Veio fazer o quê ? Fica quanto tempo aqui ? Está sozinho ? Vai ficar hospedado em qual hotel ? Hãããããã ? Qual hotel ?!
Se eu contar que eu não sabia o hotel que eu ia ficar vocês acreditam ? É a pura verdade.... Estava tão tranquilo com a viagem e sabia que o transfer me esperava no desembarque que nem me preocupei com o nome do hotel. Mas a Sra. com cara de poucos amigos da imigração queria ( e muito ) essa informação. Por sorte próximo de mim na fila estava o pessoal da equipe de vídeo. Não tive dúvidas: "Qual é o nome do NOSSO hotel?"
"Nosso" foi ótimo, porque eu nem sabia se ficaríamos no mesmo hotel. Mas foi esse mesmo que passei para a Miss Simpatia, que carimbou minha entrada e disse "Não perde e devolve na saída do país". Ufa ! Ainda bem que era na Argentina, porque se fosse nos EUA seria deportado sem sombra de dúvida. Afinal, qual o sujeito que viaja e não sabe o nome do hotel que vai se hospedar ? Só o Guto mesmo. hahahahaha
Saí pela porta automática pisando finalmente em terras internacionais e lá estava o rapaz com a plaquinha, pronto para levar todos ao hotel. Nessa hora que descobri que era o mesmo hotel para todos, então não havia mentido para a imigração ( ufa ! ). Chegamos no hotel era próximo das 11h, para fazer o check-in direto. Levei as malas para o quarto, e resolvi aproveitar a uma hora que eu tinha livre antes de precisar clicar. Já tinha visto que na frente do hotel tinha um Havanna, e adivinha se eu não fui direto lá tomar um café e comer um chocolate ?
Aqui vai uma observação: apesar de meu inglês não ser fluente e perfeito, sempre achei mais fácil a comunicação quando precisei conversar com americanos do que arranhar no espanhol/castelhano. E essa observação vai começar a fazer sentido nas próximas frases.....
Cheguei no Havanna e já veio um garçom me atender. Agradeci e pedi um café. Aí ele me pergunta três coisas. Assim de surpresa ainda ? Aí que eu não entendi nada... Respiro, presto atenção e ele para ajudar faz uns gestos e................... Ah, pequeno, médio ou grande ? Uma coisa tão simples; entra para o hall dos micos. Tomei o café e voltei para o hotel. O evento estava começando e precisava clicar. Como foram 3 dias de evento, se eu for contar cada passo aqui o post seria quase o livro do Senho dos Anéis, então vou falar apenas sobre o que rolou uma noite.
Na primeira noite do evento, todos os premiados foram levados para a casa de show de Tango mais famosa: Señor Tango. E claro que eu fui junto para clicar. Mas já haviam me avisado: lá dentro seria praticamente impossível conseguir fotografar. Conforme os ônibus chegavam ao local fui fotografando. E uma hora, com a maior cara de pau, peguei e entrei junto com o grupo. Fiz as fotos nos corredores do local e dentro do salão, de algumas mesas que estavam reservadas para o evento. Acreditando que a sorte estava do meu lado e como eu não queria abusar, fui até a mesa da produção e guardei minha câmera. Foi uma sábia decisão: 15 minutos depois chega o outro fotógrafo, contando o porque só tinha conseguido entrar aquela hora. Os seguranças viram ele com a câmera e não quiseram nem deixar ele entrar na casa com o equipamento. Resultado: deixou ela dentro de um dos ônibus. Eu ouvi, mostrei a minha câmera para ele e fiquei quietinho até o fim do show. Minha cara de pau rendeu as únicas fotos dessa parte do evento, que para o cliente serão importantes ( mesmo ele já sabendo que dificilmente haveria possibilidade de fotografar lá ), e claro também um gostinho de vitória, bem no estilo fotojornalista.
Depois do terceiro dia, muitas fotos e um portunhol mais afiado, hora de embarcar rumo a São Paulo. Viajar é sempre gostoso. Viajar a trabalho é algo diferente e que eu curto bastante. Mas chegar em casa ganha qualquer competição.
Por enquanto é isso amigos leitores. Espero que tenham gostado, e prometo em breve outro post.
Abraços !


Guto Marcondes - fotografia
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Twitter: @gutomarcondesbr
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